A outra corrente de pensamento, denominada de compreensivismo, tem como principal expoente Max Weber. Na visão do autor, faltou nas outras teorias observar a importância dos indivíduos nas ações sociais. Por isso, ele vai concentrar seus estudos no que ele considera como objeto essencial da sociologia, as ações sociais. Essa seria toda conduta humana dotada de sentido, de uma justificativa subjetivamente elaborada. É uma ação que o sujeito realiza orientando-se pela ação dos outros.
Nesse sentido, o autor vai definir 4 tipos de ação social, orientada de acordo com cada circunstâncias:
1) Ação tradicional – orientada pela tradição, pelos costumes;
2) Ação Afetiva – orientada pelos afetos, pela emoção;
3) Ação racional com relação a valores – orientada por uma crença considerada fundamental;
4) Ação racional com relação a fins – ação realizada por um planejamento adequado a situação.
Sendo assim, quanto menos uma ação é orientada pela tradição, pelos afetos, mais racional é uma ação, mais ela é orientada por um planejamento adequado a situação. Cada sujeito age levado por um motivo.
Com essas definições, Weber não analisa as regras, os valores, as instituições, como criações exteriores aos indivíduos, elas são frutos das ações dos próprios indivíduos, e eles escolhem, o tempo todo, diversas maneiras de agir.
Weber em sua obra A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo analisa a relação do papel do protestantismo na formação do comportamento típico do capitalismo ocidental moderno. Valores religiosos como disciplina ascética, poupança, austeridade, vocação, propensão ao trabalho, dever, são expressões da nova visão religiosa e que se tornam mais compatíveis com a nova sociedade nascente, o capitalismo. Nessa nova concepção, os filhos são criados para o ensino especializado e para o trabalho fabril, optando por atividades mais adequadas à obtenção do lucro, preferindo o cálculo e os estudos técnicos ao estudo humanístico.
O autor analisa o poder nas sociedades e afirma que o mesmo é a probabilidade de impor a própria vontade dentro de uma relação social, mesmo contra toda resistência. Esse poder, segundo ela, pode está presente em diversas esferas sociais. Dessa forma, faz um estudo do exercício da dominação legítima, afirmando existir 3 tipos de autoridade legitimada:
1) Dominação tradicional, exercida, principalmente, pelos costumes, pela tradição;
2) Dominação carismática, exercida, principalmente, pelas qualidades excepcionais do dominador;
3) Dominação legal-racioanl (burocrática), autoridade formalmente legitimada.
Weber identifica que nas sociedades ocidentais contemporâneas, o mundo tende, inexoravelmente, à racionalização em todas as esferas da vida social. Um dos meios através do qual essa tendência à racionalização se atualiza nas sociedades ocidentais é a organização burocrática. Da administração pública à gestão dos negócios privados, da máfia à polícia, dos cuidados com a saúde às práticas de lazer, escolas, clubes, partidos políticos, igrejas, todas as instituições, tenham elas fins ideais ou materiais, estruturam-se ou atuam através do instrumento cada vez mais universal e eficaz de exercer a dominação, a burocracia.